Motoristas e cobradores podem dar alerta de 72 horas para greve na semana que vem

Após quatro reuniões e 60 dias de negociação, os motoristas e cobradores de Curitiba e região não chegaram a um acordo com os empresários e podem decidir pela greve a partir da próxima semana. Em entrevista à Banda B nesta quinta-feira (20), o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e região (Sindimoc), Anderson Teixeira, disse que, até o momento, não foi dado o informe legal de 72 horas para o início da greve, como manda a lei. “Estamos decidindo com o departamento jurídico qual o melhor caminho a tomar, já que não houve acordo. Podemos entrar na Justiça para um dissídio coletivo, por exemplo, ou votarmos em assembleia na próxima segunda-feira (24), um indicativo de greve de 72 horas para a categoria parar. Estamos vendo o melhor caminho”, disse Teixeira.O presidente do Sindimoc informou ainda que nenhum dos 78 itens da pauta de reivindicações da categoria foi aceito pelos empresários. Os itens incluem reajuste salarial e aumento do valor do vale-alimentação. “Nenhum item sequer foi aceito pelas empresas. Infelizmente, enquanto os empresários e a Urbs continuarem considerando motoristas e cobradores como meros custos da planinha, iremos enfrentar essa dificuldade todos os anos”, completou.PropostaA proposta feita na manhã desta quarta-feira (19) pelo sindicato patronal não agradou motoristas e cobradores de ônibus. Segundo Teixeira, ao contrário dos anos anteriores, desta vez não foram apresentados índices de reajustes fixos. A fase negociação com a classe patronal segue de modo lento, já que a data-base para as discussões era o dia 1º de fevereiro. “Nós temos vários itens a serem discutidos, que não se limitam a questão salarial. Nós queremos, sobretudo, melhorar as condições de trabalho em todos os aspectos. A situação das estações-tubo é somente um exemplo, já que elas são lugares praticamente desumanos para os cobradores”, relatou o presidente.Outro ladoO Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana informou, por meio de nota, que entende as reivindicações da categoria, mas não tem condições de atendê-las neste momento.“Em função das dificuldades das empresas já há muito apontadas em estudos realizados por doutores em economia da Universidade de São Paulo USP e pela empresa de consultoria, com renome internacional, a KPMG, levadas ao conhecimento do poder concedente e expressas inclusive judicialmente,pelo não cumprimento do contrato, sustentam que as reivindicações dos trabalhadores encontram sérios obstáculos para serem atendidas, devido ao grande número de itens e pelos altos valores reivindicados. Além disso as disposições contratuais estabelecem limites a expansão das despesas com pessoal”, diz a nota.O sindicato também se diz preocupado em relação à segurança das pessoas e pelo zelo do patrimônio, “entendendo que as manifestações públicas são atos legais desde que não cheguem ao vandalismo colocando vidas em risco”.

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